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SAIBA TUDO SOBRE A CRASE (PATE 2)

Casos em que se utiliza o acento grave.

Entenda quando o acento grave é aplicado. Agora que os termos fundamentais foram apresentados, será possível abordar o uso do acento grave com mais clareza. A primeira coisa a se lembrar, quando surgir a dúvida quanto à utilização do acento grave é que ele só será usado com palavras femininas, salve algumas exceções (que serão expostas em outro passo). Eis os casos em que ele é usado.

Antes de substantivos femininos. O acento grave sempre é utilizado antes de substantivos femininos quando necessário:

Amanhã vou à manicure.

Adoro ir às montanhas.

Fumar causa danos à saúde.

Caso tenha dúvidas se o acento deve ou não ser usado, troque o substantivo feminino por um masculino e observe se ele admite o uso de preposição “ao”:

“Assisto à partida de futebol”; “Assisto ao jogo de futebol”.

Utiliza-se a crase, já que o pronome “ao” serve ao substantivo masculino.

Junção do artigo definido a(s) com a preposição a. Por exemplo:

“O governo deu uma casa a as mulheres.”;

“…deu uma casa às mulheres”

– ocorre a junção da preposição de destino a com o artigo feminino as.

“Sentou-se a a janela, esperando pelo melhor.”;

“Sentou-se à janela…”;

– ocorre a junção do artigo definido a com a preposição de proximidade a.

“Vire a a esquerda.”;

“Vire à esquerda”;

– ocorre a junção do artigo definido “a” com a preposição de direção “a”.

Identificação de locuções femininas. Utiliza-se o acento grave para marcar as locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas femininas. Por exemplo:

“Hoje à noite vai passar a final do campeonato.”

Usa-se o acento porque “à noite” é uma locução adverbial feminina de tempo. Outras locuções adverbiais femininas de tempo que usam acento grave são à tarde e às vezes.

“Não enxerga um palmo à frente do nariz.”

Aplica-se o acento, pois “à frente de” é uma locução adverbial feminina de lugar. Outras são à distância, à direita e à esquerda.

“Sintam-se à vontade para fazer perguntas.”

“À vontade” é uma locução adverbial feminina de modo. Outros exemplos são às avessas, à toa e às claras.

“Fiquei ali, à espera de um milagre.”

“À espera de” é uma locução prepositiva feminina, assim como à custa de.

À medida que o fermento fazia efeito, o bolo crescia.”

“À medida que” é uma locução conjuntiva feminina; “à proporção que” também.

Expressões de hora. Para indicar o horário de algo, é necessário usar o acento grave:

Viajarei às 16:00.

Começo o trabalho às 08:00 e acabo às 18:00.

Aguardo você às 20:00.

Com pronomes. O acento grave é usado na junção entre o artigo “a” e os pronomes:

Demonstrativos: aquilo, aquele(s), aquela(s). Por exemplo:

“O perigo foi informado (a + aquelas) àquelas autoridades.”;

“As vaias foram direcionadas (a + aquilo) àquilo que mais irritava o público”.

Relativo: a qual, as quais. Por exemplo:

“Essas são as regras (as + as) às quais obedeço.”;

“Aquela é a praça (a + a) à qual me refiro”.

Para entender o uso da crase com os pronomes relativos, é necessário pensar no verbo; se o verbo regente requer a preposição a, o acento grave será utilizado. Por exemplo, os verbos obedecer/referir exigem a preposição, uma vez que se deve obedecer/referir a algo.

Há ainda o pronome demonstrativo a, que também deve levar acento. Tome-se a frase:

“As queixas são iguais às anteriores.”

O “às” destacado leva crase por ser juntado ao artigo feminino de “as anteriores”.

Com nomes de lugar. Há lugares que não exigem o uso da preposição “a”, mas os que requerem admitem o uso do acento grave. Por exemplo:

“Vou à Patagônia.”;

“Fui à Suécia.”;

“Eu gostaria de ir à Noruega.”

Para saber se um lugar aceita o uso da preposição “a”, faça um teste; inverta a frase e veja se ela adotaria “de/em” ou “da/na”. Se o resultado for “da/na”, usa-se o acento grave. Por exemplo:

“Fui à Patagônia. / Voltei da Patagônia.”;

“Viajarei à Venezuela. / Voltarei da Venezuela.”

Esses casos levam acento.

Com a expressão à moda de. Expressões como “à moda italiana”, “à moda da casa”, etc. sempre levam crase, mesmo quando a palavra “moda” está oculta: “à italiana”, “à cubana”, etc.

Com a palavra “distância”, desde que o número seja mencionado. Exemplos:

“A escola fica à distância de 200 metros da minha casa”;

“O rancho era à distância de 3,5 km.”

Para evitar a ambiguidade de sentidos, usa-se o acento grave; “Entretido, encarava à distância”; “Aprendi à distância”.

Caro leitor, até o nosso próximo bate-papo.

MECANISMOS DE SELEÇÃO DE COMBINAÇÃO DE PALAVRAS

´Vá firme na direção das suas metas, porque o pensamento cria, o desejo atrai e a fé realiza.’

 

Caro leitor,

Falar e escrever pode parecer muito fácil quando realizamos essa tarefa automaticamente. Mas a verdade é que, para expressar ideias, precisamos efetuar uma combinação de palavras que expresse um sentido. Quando utilizamos palavras de duplo sentido, a comunicação é prejudicada, pois ela depende da interpretação do receptor. Quando não utilizamos a concordância entre as palavras, elas não expressam um sentido claro e também há um prejuízo na compreensão da frase.

Para construir orações sem ambiguidades precisamos usar os mecanismos de seleção de palavras, que se dividem em duas partes: seleção e combinação. Existem três fatores determinantes para a construção de uma oração. São eles: precisão conceitual, construção da imagem social e sonoridade.

Fatores de seleção e combinação

Para obter precisão conceitual, é necessário selecionar as palavras de forma que elas expressem exatamente o que se pretende dizer. Portanto, deve se evitar ao máximo os termos que pareçam ambíguos na construção da oração. Outro fator importante é conhecer o conceito de cada palavra, assim é mais fácil obter sucesso no significado da oração.

O segundo critério para levar em consideração na hora de formar uma frase é a construção da imagem social. Isto é, você deve estar atento ao sentido que as palavras associadas vão criar na oração. Para evitar erros é preciso combiná-las e conhecer o sentido que a frase vai expressar. A oração também deve aparecer dentro de um contexto, para que, conciliada com o restante do texto, expresse um significado coerente.

Por último, mas não menos importante, vem a sonoridade. Este fator diz respeito aos sons que as palavras combinadas podem emitir. Uma oração mal estruturada pode resultar em cacofonias ou problemas de interpretação. A sonoridade não diz respeito apenas à construção das palavras. A pontuação é bastante importante para a criação do sentido. Um texto mal pontuado pode expressar uma ideia totalmente contrária da que se pretende transmitir.

Além destes três sentidos, existem regras básicas para a combinação de palavras. Entre elas está a concordância verbal e nominal em gênero, número e grau. Utilizando esses critérios, as chances de obter sucesso ao transmitir um sentido através de uma oração se tornam maiores.

Seleção e Combinação de Palavras

Como vimos, a língua funciona como um recorte do pensamento, portanto o que expressamos linguísticamente busca apenas se aproximar do que pensamos, não sendo, assim, uma tradução exata.

Para nos expressarmos verbalmente, passamos por dois processos:

– Seleção lexical – Nada mais é do que o processo de escolha das palavras que utilizaremos. Leva em conta três pontos:

A precisão do conceito – É a escolha do termo que melhor traduz a ideia que se quer transmitir, como a língua busca se aproximar do pensamento, aqui se seleciona a palavra mais apropriada para o conceito que queremos.

– Valor social – Falar corretamente não significa necessariamente obedecer regras gramaticais, mas adaptar seu vocabulário ao público com quem se fala. Ora, um palestrante que falará sobre doenças sexualmente transmissíveis para alunos do ensino médio não utilizará o mesmo vocabulário quando tratar com alunos de uma faculdade de Medicina. Em outras palavras, escolhemos palavras distintas em situações distintas.

– Sonoridade – Muitas vezes temos que nos preocupar com os termos escolhidos para não gerarmos sons desagradáveis ou indecorosos, que trarão desprestígio ao sentido do que falamos.

Combinação das palavras

Não basta escolher os termos que serão utilizados, é preciso combiná-los de forma a produzir sentido, flexionando os termos de acordo com a necessidade (tempo e número, por exemplo). A combinação adequada de palavras nos permite evitar a ambiguidade, produzindo, dessa forma, um texto mais claro.

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Até o próximo bate-papo!

O QUE É PREDICAÇÃO VERBAL?

É melhor você tentar algo, vê-lo não funcionar e aprender com isso,

 do que não fazer nada.

  Mark Zuckerberg

 

Caro leitor,

Predicação Verbal é a forma de ligar o sujeito ao predicado da oração ou ao predicativo do sujeito. No que respeita à predicação, os verbos podem ser intransitivos, transitivos ou de ligação.

Verbos Intransitivos

Os verbos intransitivos são aqueles verbos que expressam sentido completo, sendo capazes de constituir predicados sozinhos. Exemplos:

Escorreguei.

Ela saiu.

Não quer dizer que a oração acabe sempre no verbo intransitivo. Ainda que não seja exigido, após o verbo pode ser acrescentada mais alguma informação, tal como adjunto adverbial ou predicativo do sujeito. Exemplos:

Escorreguei ali.

Ela saiu desesperada.

Verbos Transitivos

Os verbos transitivos são aqueles verbos que não tem sentido sozinhos, por isso, precisam de complementos.

Chama-se transitividade verbal a necessidade que um verbo tem de ser completado com algo. Ele precisa transitar para o objeto, ou seja, ir em busca de algo que complete o seu sentido. Exemplos:

Relatei o ocorrido.

Gosto de rock.

Verbos Transitivos Diretos

Os verbos transitivos diretos são aqueles cujo complemento não exige preposição. Exemplos:

Comprei jornais variados.

Cantou músicas sertanejas.

Verbos Transitivos Indiretos

Os verbos transitivos diretos e indiretos são aqueles cujo complemento exige preposição. Exemplos:

Estes documentos pertencem ao cliente.

Interessou-se pelos discos.

Verbos Transitivos Diretos e Indiretos

Os verbos transitivos diretos e indiretos são aqueles que precisam de dois complementos, um sem e outro com preposição. Exemplos:

Comprei jornais variados naquela banca.

Não existe nada entre nós.

Verbos de Ligação

Os verbos de ligação ligam o sujeito às suas características (predicativo do sujeito). Eles exprimem estado, mudança ou continuidade.

Diferentemente dos verbos intransitivos e os verbos transitivos, os verbos de ligação não expressam ações. Exemplos:

Estou doente.

Continuo resfriada.

Importante!

O mesmo verbo pode ser empregado com predicações verbais diferentes. Por isso, é importante destacar que somente após analisar o contexto é possível classificar se o verbo presente na oração é intransitivo, transitivo ou de ligação. Exemplos:

Ela fala demais. (Verbo Intransitivo)

Ela fala várias línguas. (Verbo Transitivo)

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Até o próximo bate-papo!

Pronomes Relativos

“O bom livro é aquele que se abre com interesse e se fecha com proveito.”

Amos Alcott.

Caro leitor,

Pronomes relativos são os que se relacionam com um termo anterior. Por isso, ao mesmo tempo que desempenham o papel de pronomes, também exercem a função de conectivos.

São eles: que, quem, qual, cujo, quando, quanto, como, onde e suas variáveis.

Essa é a lista das notas. As notas foram destruídas.

Essa é a lista das notas que foram destruídas.

Nesse exemplo, o pronome que é relativo às notas, o que quer dizer que a oração “que foram destruídas” é uma oração subordinada adjetiva.

Pronomes relativos

Invariáveis     Variáveis

      que           o qual, os quais, a qual, as quais

     quem         cujo, cujos, cuja, cujas

    quando      quanto, quantos, quantas

    como

     onde

Dentre os pronomes relativos, o pronome que é, sem dúvida, o mais utilizado. É por esse motivo que ele é conhecido como “pronome relativo universal”.

  1. que, o qual, os quais, a qual, as quais:

E você era a mulher que eu fiz nomear.

Os assuntos sobre os quais falamos são bastante importantes.

  1. quem, cujo, cujos, cuja, cujas

Ela era minha professora, a quem admirei ao longo da minha caminhada.

O funcionário, cujo currículo desconheço, foi demitido.

  1. quando, quanto, quantos, quantas

É a hora quando eu consigo parar para estudar.

Comeu tudo quanto tinha vontade.

  1. como

Não gosto da forma como ele fala.

  1. onde

O lugar é ali onde eu nasci.

 

São pronomes relativos aqueles que representam nomes já mencionados anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem as orações subordinadas adjetivas.

Os pronomes relativos “que” e “qual” podem ser antecedidos pelos pronomes demonstrativos “o”, “a”, “os”, “as” (quando esses equivalerem a “isto”, “isso”, “aquele(s)”, “aquela(s)”, “aquilo”.).

Não sei o que você está querendo dizer.

ATENÇÃO

  1. a) O pronome “que” é o relativo de mais largo emprego, sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser substituído por “o qual”, “a qual”, “os quais”, “as quais” quando seu antecedente for um substantivo.

O texto que eu fiz refere-se à amizade. (= o qual)

A aluna que acabou de se apresentar é ótima. (= a qual)

Os textos que eu fiz referem-se à amizade. (= os quais)

As alunas que se apresentaram eram ótimas. (= as quais)

  1. b) O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente pronomes relativos: por isso, são utilizados didaticamente para verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde” (que podem ter várias classificações) são pronomes relativos. Todos eles são usados com referência à pessoa ou coisa por motivo de clareza ou depois de determinadas preposições.

Regressando de Minas, visitei o sítio de minha irmã, o qual me deixou encantado. (O uso de “que” neste caso geraria ambiguidade.)

Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas reflexões. (Não se poderia usar “que” depois de “sobre”.)

  1. c) O relativo “que” às vezes equivale a “o que”, “coisa que” e se refere a uma oração.

Não chegou a ser escritor, mas deixou de ser poeta, que era a sua vocação.

Obs.: os pronomes relativos podem vir precedidos de preposição de acordo com a regência verbal dos verbos da oração.

Existiam condições com que não concordávamos. (concordar com)

Existiam condições de que desconfiávamos. (desconfiar de)

  1. d) O pronome “cujo” não concorda com o seu antecedente, mas com o consequente. Equivale a “do qual”, “da qual”, “dos quais”, “das quais”.

Este é o caderno cujas folhas estão rasgadas.

(antecedente)   (consequente)

  1. e) “Quanto” é pronome relativo quando tem por antecedente um pronome indefinido: tanto (ou variações) e tudo:

Emprestei tantos quantos foram necessários.

                                           (antecedente)

Ela fez tudo quanto havia falado.

                                               (antecedente)

  1. f) O pronome “quem” refere-se a pessoas e vem sempre precedido de preposição.

É um homem a quem muito devemos.

                                                    (preposição)

  1. g) “Onde”, como pronome relativo, sempre possui antecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar.

A loja onde trabalhava foi assaltada.

  1. h) Na indicação de tempo, deve-se empregar “quando” ou “em que”.

Sinto saudades da época em que (quando) morávamos no exterior.

  1. i) Podem ser utilizadas como pronomes relativos as palavras:

como (= pelo qual)

Não me parece certo o modo como você fez o serviço.

– quando (= em que)

Bons eram os tempos quando podíamos brincas nas ruas.

  1. j) Os pronomes relativos permitem reunir duas orações numa só frase.

O futebol é um esporte. + O povo gosta muito deste esporte.

O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.

  1. k) Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode ocorrer a elipse do relativo “que”.

A sala estava cheia de gente que conversava, (que) ria, (que) fumava.

Os pronomes relativos são peças fundamentais à boa articulação de frases e textos: sua capacidade de atuar como pronomes e conectivos favorece a síntese e evita a repetição de termos.

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O que é paráfrase ou tradução de sentido?

 

“O bom livro é aquele que se abre com interesse e se fecha com proveito.”

Amos Alcott.

Caro leitor,

Paráfrase e tradução de sentido são a mesma coisa, ou seja, um recurso valioso na produção de um texto, porque tem a capacidade de enriquecê-lo, validar a informações nele contidas por meio de uma interpretação de informações dadas por outrem, geralmente uma autoridade no assunto que está sendo abordado na produção.

Paráfrase vem do latim paraphrasis e quer dizer, basicamente, “imitação”. Contudo, muito cuidado ao interpretar esse conceito, você pode cair na armadilha da cópia e não é isso que tal recurso nos propõe. Muito comum em redações do Enem, vestibulares e concursos públicos, ela serve para reproduzir o conteúdo de um texto original de modo interpretativo, o que significa reescrito com as palavras de quem o interpreta. É uma reformulação e, por isso mesmo, também recebe o nome de tradução.

A intertextualidade acaba fazendo parte da tradução de sentido, uma vez que fazemos alusão a outros textos, a outros discursos. Existe um diálogo entre vários dizeres e ele abrange reprodução e, sobretudo, interpretação. Essa relação intertextual ocorre na arte, nos textos técnicos, mas também em nosso dia a dia, pois estamos constantemente reproduzindo a fala de alguém, o que nos foi contado, uma informação que lemos no jornal e assim por diante.

Como fazer uma paráfrase? O primeiro ponto a ser considerado nesse processo é o de que não deve haver mudança na informação, o que muda é o “modo de dizer” algo. Você não vai alterar o conteúdo, mas explicá-lo de forma diferente, com outras palavras, estruturas frasais, outros jeitos de dizer. O próximo passo é entender que uma paráfrase não é um resumo, ela não vai excluir nenhum tipo de informação, mesmo que seja secundária. O objetivo é reproduzir tudo que foi mencionado no conteúdo original, porém, de maneira diversa.

Alguns estudiosos falam em paráfrase reprodutiva e paráfrase criativa. A primeira tem a função de reproduzir fielmente as ideias do texto original, mas sem fazer cópia. A segunda amplia os significados, leva as informações além. Ambas fazem referência a um texto base, mas uma de forma restrita e outra de forma mais ampla.

Fazer paráfrases em um texto de cunho científico, por exemplo, é muito importante para torná-lo confiável, para lhe conferir credibilidade. Usar a fala de especialistas no assunto de que se está tratando é sempre válido e serve de argumento também para outros tipos de produção, como reportagem, artigo de opinião, etc.

É importante que a pessoa que vai realizar a paráfrase tenha consciência de que tal recurso deve ser usado a seu favor, portanto emitir opiniões sobre o conteúdo original não é aconselhável, é importante levar em conta que se trata de uma reprodução, uma tradução, e isso não requer juízo de valores.

Podemos encontrar paráfrases em poemas, textos bíblicos, artigos, crônicas e tantos outros gêneros. Por que ela é tão comum? Porque é elementar fazermos alusão a tudo que nos cerca no mundo, contar histórias de outras pessoas, relatar um fato ocorrido com alguém, observar e transcrever o que diz um especialista da área médica, etc. Podemos não nos dar conta, mas fazemos esse tipo de tradução com grande frequência.

E aí, é ou não é tranquilo fazer uma tradução de sentido? Você só precisa de atenção e boa interpretação!

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Até o próximo bate-papo!

Valor Semântico de Elementos Coesivos

ARTIGO – CLÁUDIA BARBOSA DE PAIVA

e-mail: edu.cbpletras@gmail.com

 

Valor Semântico de Elementos Coesivos

 

“Conquistar é transpor barreiras, vencer desafios,e alcançar a vitória almejada na luta do dia a dia.”

 

Iolanda Brazão

 

Caro leitor,

 

Os elementos coesivos são responsáveis pela Coesão Textual, que é a criação de uma articulação perfeita entre as unidades do texto (períodos e parágrafos). Esses conectivos ajudam a garantir sentido para os enunciados.

Na Semântica, cada palavra e elemento tem significado dentro do texto e, por isso, todos são importantes para a compreensão do leitor. Os vestibulares e concursos cobram muito o conhecimento sobre os elementos coesivos e suas funções dentro dos textos, principalmente, os pronomes e as conjunções.

Dominar o emprego e o valor semântico dos elementos coesivos é uma forma de se destacar nas questões de português. Os mecanismos de coesão textual também são fundamentais para as redações, garantindo clareza e organização à mensagem.

Assim, podemos dizer que a coesão é um elemento básico para textos bem escritos. Ela ajuda a manter a harmonia e a ligação entre os termos de uma frase, as orações de um período e a formação de parágrafos. Entre os principais conectivos, os que apresentam mais exigência nos concursos são os pronomes e as conjunções. Confira:

Pronomes – ele, ela, sua, este, aquele, o qual, etc. São palavras que substituem substantivos. Os pronomes podem ser pessoais, possessivos, demonstrativos, interrogativos, relativos e indefinidos.

Pronomes Pessoais – Apontam as pessoas do discurso. Ex: Eu, Tu, Ele, Nós, Vós, Eles.

Pronomes Possessivos – Indicam posse. Ex: Meu, Seu, Nosso, Deles.

Pronomes Indefinidos – São vagos. Ex: Ninguém, Alguém, Nenhum.

Pronomes Interrogativos – São usados em perguntas. Ex: Qual, Quanto, Quem.

Pronomes Relativos – Relacionam a oração ao substantivo. Ex: o(a) qual, os(as) quais, quanto(s), quanta(s), cujo(s).

Conjunção – É uma palavra invariável, sem função sintática. Pode ser conjunção subordinativa ou coordenativa.

A conjunção introduz frases ou estabelece ligação entre elementos. As conjunções coordenativas podem ser nominais, adjetivais, verbais, preposicionais e adverbiais. Exemplo de conjunções: que, quando, porque, e, ou, mas, contudo, porém, todavia, enquanto, embora, etc.

É fundamental na redação a apresentação clara das ideias, e para se alcançar isso as frases devem estar bem articuladas. Essa articulação chama-se coesão textual, a qual é explicitada por meio de elementos conectivos, normalmente conjunções, advérbios e pronomes.

Os elementos de coesão promovem o encadeamento das ideias: frase B retoma elemento da frase A; parágrafo B refere-se à informação do parágrafo A. Assim o texto tem um encaminhamento lógico, pois mantém o eixo temático.

Mas, na hora de escrever, difícil mesmo é lembrar todas as possibilidades ou evitar a repetição dos mesmos conectivos. Pensando nisso, disponibilizo para você uma tabela com os principais conectivos, assim, quando for produzir suas próximas redações tenha ela em mãos para não falhar na coesão textual e, consequentemente, ampliar o seu vocabulário.

Principais Conectivos

Prioridade, relevância: em primeiro lugar, antes de mais nada, antes de tudo, em princípio, primeiramente, acima de tudo, precipuamente, principalmente, primordialmente, sobretudo, a priori, a posteriori

Tempo (frequência, duração, ordem, sucessão, anterioridade, posterioridade): então, enfim, logo, logo depois, imediatamente, logo após, a princípio, no momento em que, pouco antes, pouco depois, anteriormente, posteriormente, em seguida, afinal, por fim, finalmente, agora, atualmente, hoje, frequentemente, constantemente, às vezes, eventualmente, por vezes, ocasionalmente, sempre, raramente, não raro, ao mesmo tempo, simultaneamente, nesse ínterim, nesse meio tempo, nesse hiato, enquanto, quando, antes que, depois que, logo que, sempre que, assim que, desde que, todas as vezes que, cada vez que, apenas, já, mal, nem bem

Semelhança, comparação, conformidade: igualmente, da mesma forma, assim também, do mesmo modo, similarmente, semelhantemente, analogamente, por analogia, de maneira idêntica, de conformidade com, de acordo com, segundo, conforme, sob o mesmo ponto de vista, tal qual, tanto quanto, como, assim como, como se, bem como

Condição, hipótese: se, caso, eventualmente, desde que, ainda que

Adição, continuação:          além disso, demais, ademais, outrossim, ainda mais, ainda por cima, por outro lado, também, e, nem, não só … mas também, não só… como também, não apenas … como também, não só … bem como, com, ou (quando não for excludente)

Dúvida: Talvez, provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe, é provável, não é certo, se é que

Certeza, ênfase: de certo, por certo, certamente, indubitavelmente, inquestionavelmente, sem dúvida, inegavelmente, com certeza

Surpresa, imprevisto: inesperadamente, inopinadamente, de súbito, subitamente, de repente, imprevistamente, surpreendentemente

Ilustração, esclarecimento: por exemplo, só para ilustrar, só para exemplificar, isto é, quer dizer, em outras palavras, ou por outra, a saber, ou seja, aliás

Propósito, intenção, finalidade: com o fim de, a fim de, com o propósito de, com a finalidade de, com o intuito de, para que, a fim de que, para, como

Lugar, proximidade, distância: perto de, próximo a/ de, junto a/ de, dentro, fora, mais adiante, aqui, além, acolá, lá, ali, este, esta, isto, esse, essa, isso, aquele, aquela, aquilo, ante, a

Resumo, recapitulação, conclusão:          em suma, em síntese, em conclusão, enfim, em resumo, portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, desse modo, logo, pois (entre vírgulas), dessarte, destarte, assim sendo

Causa e consequência. Explicação:         por consequência, por conseguinte, como resultado, por isso, por causa de, na medida em que, em virtude de, de fato, com efeito, tão (tanto, tamanho) … que, porque, porquanto, já que, uma vez que, visto que, como (= porque), logo, que (= porque), de tal sorte que, de tal forma que, haja vista, pois (anteposto ao verbo)

Contraste, oposição, restrição, ressalva: pelo contrário, em contraste com, salvo, exceto, menos, mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto

Ressalva: embora, apesar de, ainda que, mesmo que, posto que, posto, conquanto, se bem que, por mais que, por menos que, só que, ao passo que

Ideias alternativas: Ou, ou… ou, quer… quer, ora… ora, seja… seja, já… já, nem… nem

Proporcionalidade: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais, quanto menos

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Pronomes Relativos

ARTIGO – CLÁUDIA BARBOSA DE PAIVA

e-mail: edu.cbpletras@gmail.com

 

Pronomes Relativos

 

“O bom livro é aquele que se abre com interesse e se fecha com proveito.”

Amos Alcott.

Caro leitor,

Pronomes relativos são os que se relacionam com um termo anterior. Por isso, ao mesmo tempo que desempenham o papel de pronomes, também exercem a função de conectivos.

São eles: que, quem, qual, cujo, quando, quanto, como, onde e suas variáveis.

Essa é a lista das notas. As notas foram destruídas.

Essa é a lista das notas que foram destruídas.

Nesse exemplo, o pronome que é relativo às notas, o que quer dizer que a oração “que foram destruídas” é uma oração subordinada adjetiva.

Pronomes relativos

Invariáveis     Variáveis

      que           o qual, os quais, a qual, as quais

     quem         cujo, cujos, cuja, cujas

    quando      quanto, quantos, quantas

    como

     onde

Dentre os pronomes relativos, o pronome que é, sem dúvida, o mais utilizado. É por esse motivo que ele é conhecido como “pronome relativo universal”.

  1. que, o qual, os quais, a qual, as quais:

E você era a mulher que eu fiz nomear.

Os assuntos sobre os quais falamos são bastante importantes.

  1. quem, cujo, cujos, cuja, cujas

Ela era minha professora, a quem admirei ao longo da minha caminhada.

O funcionário, cujo currículo desconheço, foi demitido.

  1. quando, quanto, quantos, quantas

É a hora quando eu consigo parar para estudar.

Comeu tudo quanto tinha vontade.

  1. como

Não gosto da forma como ele fala.

  1. onde

O lugar é ali onde eu nasci.

 

São pronomes relativos aqueles que representam nomes já mencionados anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem as orações subordinadas adjetivas.

Os pronomes relativos “que” e “qual” podem ser antecedidos pelos pronomes demonstrativos “o”, “a”, “os”, “as” (quando esses equivalerem a “isto”, “isso”, “aquele(s)”, “aquela(s)”, “aquilo”.).

Não sei o que você está querendo dizer.

ATENÇÃO

  1. a) O pronome “que” é o relativo de mais largo emprego, sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser substituído por “o qual”, “a qual”, “os quais”, “as quais” quando seu antecedente for um substantivo.

O texto que eu fiz refere-se à amizade. (= o qual)

A aluna que acabou de se apresentar é ótima. (= a qual)

Os textos que eu fiz referem-se à amizade. (= os quais)

As alunas que se apresentaram eram ótimas. (= as quais)

  1. b) O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente pronomes relativos: por isso, são utilizados didaticamente para verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde” (que podem ter várias classificações) são pronomes relativos. Todos eles são usados com referência à pessoa ou coisa por motivo de clareza ou depois de determinadas preposições.

Regressando de Minas, visitei o sítio de minha irmã, o qual me deixou encantado. (O uso de “que” neste caso geraria ambiguidade.)

Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas reflexões. (Não se poderia usar “que” depois de “sobre”.)

  1. c) O relativo “que” às vezes equivale a “o que”, “coisa que” e se refere a uma oração.

Não chegou a ser escritor, mas deixou de ser poeta, que era a sua vocação.

Obs.: os pronomes relativos podem vir precedidos de preposição de acordo com a regência verbal dos verbos da oração.

Existiam condições com que não concordávamos. (concordar com)

Existiam condições de que desconfiávamos. (desconfiar de)

  1. d) O pronome “cujo” não concorda com o seu antecedente, mas com o consequente. Equivale a “do qual”, “da qual”, “dos quais”, “das quais”.

Este é o caderno cujas folhas estão rasgadas.

(antecedente)   (consequente)

  1. e) “Quanto” é pronome relativo quando tem por antecedente um pronome indefinido: tanto (ou variações) e tudo:

Emprestei tantos quantos foram necessários.

                                           (antecedente)

Ela fez tudo quanto havia falado.

                                               (antecedente)

  1. f) O pronome “quem” refere-se a pessoas e vem sempre precedido de preposição.

É um homem a quem muito devemos.

                                                    (preposição)

  1. g) “Onde”, como pronome relativo, sempre possui antecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar.

A loja onde trabalhava foi assaltada.

  1. h) Na indicação de tempo, deve-se empregar “quando” ou “em que”.

Sinto saudades da época em que (quando) morávamos no exterior.

  1. i) Podem ser utilizadas como pronomes relativos as palavras:

como (= pelo qual)

Não me parece certo o modo como você fez o serviço.

– quando (= em que)

Bons eram os tempos quando podíamos brincas nas ruas.

  1. j) Os pronomes relativos permitem reunir duas orações numa só frase.

O futebol é um esporte. + O povo gosta muito deste esporte.

O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.

  1. k) Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode ocorrer a elipse do relativo “que”.

A sala estava cheia de gente que conversava, (que) ria, (que) fumava.

Os pronomes relativos são peças fundamentais à boa articulação de frases e textos: sua capacidade de atuar como pronomes e conectivos favorece a síntese e evita a repetição de termos.

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Até o próximo bate-papo!

Elementos de Coesão: entenda a importância desses conectivos.

ARTIGO – CLÁUDIA BARBOSA DE PAIVA

e-mail: edu.cbpletras@gmail.com

 

Elementos de Coesão: entenda a importância desses conectivos.

 

“A força não provém da capacidade física. Provém de uma vontade indomável.”

Mahatma Gandhi

Caro leitor,

Coesão é a conexão, ligação, harmonia entre os elementos de um texto. Percebemos tal definição quando lemos um texto e verificamos que as palavras, as frases e os parágrafos estão entrelaçados, um dando continuidade ao outro.

Os elementos de coesão determinam a transição de ideias entre as frases e os parágrafos.

Observe a coesão presente no texto a seguir:

“Não há nada que não se consiga com a força de vontade, a bondade e, principalmente, com o amor.”  Cícero

As palavras destacadas têm o papel de ligar as partes do texto, podemos dizer que elas são responsáveis pela coesão do texto.

Há vários recursos que respondem pela coesão do texto, os principais são:

Palavras de transição: são palavras responsáveis pela coesão do texto, estabelecem a inter-relação entre os enunciados (orações, frases, parágrafos), são preposições, conjunções, alguns advérbios e locuções adverbiais.

Veja algumas palavras e expressões de transição e seus respectivos sentidos:

– inicialmente (começo, introdução)

– primeiramente (começo, introdução)

– nesse sentido (conclusão)

– portanto (conclusão)

Coesão por referência: existem palavras que têm a função de fazer referência, são elas:

pronomes pessoais: eu, tu, ele, me, te, os…

pronomes possessivos: meu, teu, seu, nosso…

pronomes demonstrativos: este, esse, aquele…

pronomes indefinidos: algum, nenhum, todo…

pronomes relativos: que, o qual, onde…

advérbios de lugar: aqui, aí, lá…

Ex.: Valéria obteve uma ótima colocação no concurso. Tal resultado demonstra que ela se esforçou bastante para alcançar o objetivo que tanto almejava.

Coesão por substituição: substituição de um nome (pessoa, objeto, lugar etc.), verbos, períodos ou trechos do texto por uma palavra ou expressão que tenha sentido próximo, evitando a repetição no corpo do texto.

Ex.: Rio de Janeiro pode ser substituída por “cidade maravilhosa”;

Castro Alves pode ser substituído por “O Poeta dos Escravos”;

Assim, a coesão confere textualidade aos enunciados agrupados em conjuntos.

Quando se trata do ato comunicativo, seja no âmbito da oralidade, seja no âmbito da escrita, um dos aspectos primordiais que o norteiam é a clareza da mensagem. Dessa forma, em se tratando da linguagem escrita, o texto não deve ser concebido como um emaranhado de palavras soltas e desconexas, mas sim de ideias justapostas entre si, de modo a formar um todo compreensível.

Aqui nos referimos à coesão, elemento básico e indispensável, o qual corrobora para que a compreensão se manifeste. Sendo assim, a coesão se constitui pelos recursos linguísticos responsáveis pela ligação que se estabelece entre os termos de uma frase, entre as orações de um período e que, consequentemente, colaboram para a formação de parágrafos harmonicamente bem construídos. Tais recursos são representados pelos conectivos, os quais se manifestam por intermédio das preposições (a, de, para, com), conjunções (que, enquanto, embora, mas, porém, todavia) pronomes (ele, ela, sua, este, aquele, o qual), advérbios e locuções adverbiais (aqui, lá, logo, antes, dessa maneira, aos poucos) e palavras denotativas (afinal, inclusive, senão, apenas, então, entre outras).

Partindo desses pressupostos, o presente artigo tem por finalidade analisar de forma criteriosa acerca de como funcionam esses elementos coesivos, de modo a fazê-lo(a) compreender perfeitamente como se dá todo o processo, a fim de que use tais elementos de forma consciente e adequada, sempre que necessário for. Vamos reforçar?

* Embora, ainda que, mesmo que – Tais conectivos estabelecem relação de concessão e contradição, admitindo argumentos contrários, contudo, com autonomia para vencê-los.

Embora não simpatizasse com sua irmã, compareceu à reunião.

* Aliás, além de tudo, além do mais, além disso – Conferem mais credibilidade aos argumentos, reforçando-os juntamente à ideia final.

O Alex é um excelente professor, aliás, destaca-se entre os demais. Além de tudo é muito educado.

* Ainda, afinal, por fim – Incluem mais um elemento no conjunto de ideias retratadas, como também revelam mais um argumento a título de conclusão do assunto abordado.

Permanecer calada, afinal, tratava-se de sua permanência na equipe, e ainda assim pensou muito…

* Isto é, ou seja, quer dizer, em outras palavras – Revelam retificações, esclarecimentos ao que já foi exposto anteriormente.

Faça as anotações, isto é, corrija os erros, de modo tornar a redação mais claro.

* Assim, logo, portanto, pois, desse modo, dessa forma – Exemplifica o que já foi expresso, com vistas a complementar ainda mais a argumentação.

Não obteve êxito na sua prova. Dessa forma, o curso precisou ser refeito.

* Mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto, não obstante – Estabelecem oposição entre dois enunciados, ligando apenas elementos que não se opõem entre si.

Esforçou-se bastante, contudo não obteve a vaga na empresa.

* Até mesmo, ao menos, pelo menos, no mínimo – Estabelecem uma noção gradativa entre os elementos do discurso.

Esperávamos, no mínimo, que ele pedisse desculpas. Até mesmo porque o conhecimento dele é muito importante para nós.

* E, nem, como também, mas também – Estabelecem uma relação de soma aos termos do discurso, desenvolvendo ainda mais a argumentação ora proferida.

Não falou uma só palavra durante a aula, mas também não questionou acerca das explicações dadas.

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Até o próximo bate-papo!

Verbos

ARTIGO – CLÁUDIA BARBOSA DE PAIVA

e-mail: edu.cbpletras@gmail.com

 

VERBO

 

“Pessoas vencedoras não são aquelas que não falham,

são aquelas que não desistem”.

Cláudia Barbosa

 

 

Caro leitor,

Definição: O verbo é uma palavra variável quanto a pessoa, número, tempo e modo. É usado para exprimir uma ação, estado ou fenômeno da natureza. Quando fazemos a análise de uma oração, é a primeira palavra que devemos observar, pois sempre nos diz coisas importantes para o nosso entendimento.

 

Estrutura dos verbos

Um verbo é composto de três partes: radical, vogal temática e desinências.

 

Radical

É a principal parte do verbo, onde encontramos seu significado. Ele é obtido quando retiramos as terminações ar, er e ir do infinitivo.

 

INFINITIVO    TERMINAÇÃO          RADICAL

Pular         -ar                         Pul-

Comer                 -er                        Com-

Partir                     -ir                        Part-

Vogal Temática

É uma vogal que, acrescida ao radical, permite a adição de desinências. São as vogais A, E, I. Ela indica a conjugação a qual o verbo pertence. Sendo, A para a primeira conjugação, E para a segunda e I para a terceira. Também é importante lembrar que o verbo “Pôr”, apesar de ter a vogal O, pertence à segunda conjugação.

 

Desinências

São elementos que, ao serem adicionados ao radical determinam variações de tempo, modo, pessoa e número.

RADICAL                   VOGAL TEMÁTICA               DESINÊNCIA MODO- TEMPORAL                DESINÊNCIA NÚMERO-PESSOA

Cant-                     a                       va

Cant-                      a                                  va                                        mos

Cant-                      a                                  sse                                      mos

 

Classificação dos verbos

No que se refere à classificação dos verbos em língua portuguesa temos: verbos regulares, irregulares, anômalos, abundantes, defectivos, principal e auxiliares.

 

Verbos Regulares

Este tipo de verbo segue um padrão em sua conjugação. O mesmo radical aparece em todas as pessoas e tempos utilizados. Para sabermos se um verbo é regular, será preciso conjugá-lo no presente e pretérito perfeito do indicativo. Se nesses dois tempos o verbo apresentar regularidade, também o será nos demais tempos.

 

PRESENTE DO INDICATIVO          PRETÉRITO PERFEITO DO INDICATIVO

                         Falo                                                            Fal-ei

                         Fal-as                                                          Fal-aste

Fal-a                                                             Fal-ou

Fal-amos                                                     Fal-amos

Fal-ais                                                         Fal-astes

                         Fal-am                                                         Fal-aram

Tente conjugar algum outro verbo regular, como por exemplo, o verbo “cantar”, então compare com o verbo “falar” e perceba como ambos respeitam seu radical independente da pessoa e do tempo.

 

Verbos Irregulares

Não seguem um padrão na conjugação. Para identificarmos, basta procurar uma irregularidade ao conjugá-lo no presente e pretérito perfeito do indicativo.

 

 

 

PRESENTE DO INDICATIVO          PRETÉRITO PERFEITO DO INDICATIVO

Peç-o                                                         Ped-i

Ped-es                                                       Ped-iste

Ped-e                                                         Ped-iu

Ped-imos                                                  Ped-imos

Ped-is                                             Ped-istes

Ped-em                                                      Ped-iram

Repare que o verbo sofre uma alteração no radical na primeira pessoa, o que define sua irregularidade.

 

Verbos anômalos

São verbos que, durante a conjugação, criam radicais totalmente diferentes. Na língua portuguesa temos apenas dois verbos anômalos, são eles: ser e ir.

 

Eu sou. Ele é.

Eu vou. Eu fui.

 

Não precisamos de muitos exemplos para perceber que nestes verbos não conseguimos seguir nenhum padrão de radicais.

 

Verbos Defectivos

São aqueles que não apresentam todas as formas em sua conjugação. Também são bem fáceis de se identificar, por exemplo, tente conjugar o verbo “falir” na primeira pessoa do presente do indicativo. Você, provavelmente, não achará uma resposta.

 

O mesmo acontece quando tentamos conjugá-lo, neste mesmo tempo, com Tu, Ele e Eles. Simplesmente não existe uma conjugação.

 

Eu       –

Tu        –

Ele       –

Nós       falimos

Vós      falis

Eles   –

O mesmo acontece com a primeira pessoa do presente do Indicativo do verbo abolir.

 

Verbos que representam fenômenos da natureza também são considerados defectivos. Exemplos: anoitecer, chover, ventar.

 

Verbos abundantes

São aqueles que possuem mais de uma forma considerada correta. Notamos essa característica, com mais frequência, no particípio de alguns verbos que apresentam um particípio regular e outro irregular.

 

INFINITIVO    PARTICÍPIO REGULAR      PARTICÍPIO IRREGULAR

Aceitar                     aceitado                                    aceito

Expulsar                  expulsado                                  expulso

Como regra geral deve-se usar o particípio regular com os auxiliares “ter e haver”, enquanto a forma irregular deve ser acompanhada dos auxiliares “ser e estar”.

Verbos principais

São aqueles que formam uma locução verbal com o verbo auxiliar, anunciando o sentido principal.

Nós temos feito um grande avanço.

Ele poderia compor músicas belíssimas.

Verbos auxiliares

São aqueles que formam uma locução verbal com o verbo principal, ampliando o sentido desse.

 

Nós temos feito um grande avanço.

Ele poderia compor músicas belíssimas.

 

Quando o assunto é verbo, temos muito o que estudar, mas este texto pode ser um ótimo ponto de partida para ter uma visão geral sobre o assunto, e buscar ampliar seus conhecimentos. Quer receber mais dicas como essa? Mande um WhatsApp com o seu NOME, E-mail e a frase “PORTUGUÊSEMFOCO” para (21) 99697-1967.  Conheça mais lá no instagram @prof.claudiabarbosa e no @portaldalinguaportuguesa.

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Pontuação e o Sentido

“Determinação, coragem e autoconfiança são fatores decisivos para o sucesso. Se estamos possuídos por uma inabalável determinação, conseguiremos superá-los. Independentemente das circunstâncias, devemos ser sempre humildes, recatados e despidos de orgulho.”.

Dalai Lama

Caro leitor,

A condição básica para o uso escrito da língua, que é a apropriação do sistema alfabético, envolve aprendizados muito específicos relativos aos componentes do sistema fonológico da língua e as inter-relações como a pontuação.

O sistema de pontuação na fala e na escrita permanece o mesmo independentemente do gênero textual e da esfera social em que ele se apresenta.

Os sinais de pontuação são marcações gráficas que servem para compor a coesão e a coerência textual, além de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas. São recursos típicos da língua escrita, porque esta dispõe do ritmo e da melodia da língua falada.

A maioria dos sinais que conhecemos hoje apareceu entre os séculos XIV e XVII. O surgimento da imprensa foi o principal responsável pela evolução e popularização da pontuação. Com ela, as marcações deixaram de ser dirigidas a quem escreve e se voltaram a quem lê, destinando-se a facilitar a compreensão do texto.

Os sinais de pontuação foram criados e desenvolvidos na língua portuguesa para que pudessem dar sentido às frases, definir a entoação da leitura, destacar palavras, expressões e orações, fazendo com que a frase, na qual estão inseridos, não seja ambígua.

A pontuação constitui parte integrante da fonologia, que é um ramo específico da Linguística e estuda a categorização de sons em línguas específicas e os aspectos relacionados com a percepção. Assim, os sinais de pontuação, desde o início tem a função de, ainda, dar o aspecto sonoro, no sentido de assinalar pausas e a inflexão da voz do leitor às frases.

SINAIS DE PONTUAÇÃO COMO CONSTITUTIVOS DE SENTIDO.

Quando se escreve um texto, o autor deve escrever de maneira clara e concisa, porque o leitor pode entender algo completamente oposto, para isso os sinais de pontuação devem ser empregados corretamente, pois temos regras e devemos segui-las, mas muitas vezes o escritor quer trabalhar a imaginação e construção de significados, para isso, utiliza textos sem pontuação ou com os mesmos empregados em contextos determinados para que surtam o efeito desejado.

Os sinais de pontuação podem ser classificados em dois grupos: o primeiro grupo compreende os sinais que, fundamentalmente, se destinam a marcação as pausas:

  1. a) a virgula(,)
  2. b) o ponto (.)
  3. c) o ponto e vírgula (;)

O segundo grupo abarca os sinais cuja função essência é marcar a melodia, a entoação:

  1. a) os dois pontos (:)
  2. b) o ponto de interrogação (?)
  3. c) o ponto de exclamação (!)
  4. d) as reticências (…)
  5. e) as aspas (” “)
  6. f) os parênteses (( ))
  7. g) os colchetes ([ ])
  8. h) o travessão ( — )

Quanto à entoação de uma frase, em um determinado texto, a pontuação é utilizada como um recurso para se demonstrar, por exemplo, a diferença entre uma afirmação e uma pergunta, entre uma ordem e um susto. Já com relação à pausa, ela é representada na escrita pela virgula, serve para dar um instante na cadeia da fala. Tanto a entoação quanto a pausa dependem de todo um contexto. O leitor poderá utilizar o recurso da pausa, como uma interrupção do discurso oral, porém não poderá desconsiderá-las em sua leitura se os sinais de pontuação que as exprimem estiverem como parte integrante da frase.

“Um texto bem pontuado há de ser, é claro, aquele em que a pontuação constitui uma pista segura para a apreensão do sentido pretendido por seu autor”. Ou seja, um texto em que a pontuação é correta faz com que o leitor chegue muito mais próximo das intenções pretendidas pelo autor em sua obra, além de fazer com que o mesmo soe melhor também aos ouvidos de quem o ouve.

SINAIS DE PONTUAÇÃO E SEU EMPREGO

Tem-se, então, a concepção da pontuação e sua funcionalidade de sentido textual, mas, além disso, é preciso conhecer os sinais de pontuação e seu emprego em um texto:

1) Virgula – é empregada: “na separação de orações ou termos coordenados sem a utilização de conectivo (coordenação assindética); aposição explicativa ou circunstancial em geral; separação do vocativo; separação de adjunto adverbial anteposto; antecipação (topicalização) de um termo que será retomado por pronome; uso de palavras e locuções que expressam conexões discursivas em geral; elipse do verbo em estruturas de coordenação; separação de oração coordenada que não seja aditiva; acréscimo de oração justaposta para o registro de algum ato de fala; emprego de coordenações por processo correlativo em geral; separação de orações reduzidas que não sejam constituintes imediatos de um termo da oração principal”;

2) Ponto e Virgula – é empregado: “para separar partes coordenadas de um período quando pelo menos uma delas apresenta divisão interna indicada por vírgula; para separar orações coordenadas que tenham certa extensão em um período longo cujas partes constituem um todo significativo”;

3) Dois Pontos – “marcam uma suspensão do discurso a que se segue: a reprodução, como discurso direto, da fala de alguém; a especificação, comprovação ou detalhamento de uma informação; a transcrição de discurso alheio, como citação; uma informação ou comentário a título de conclusão ou justificativa”;

4) Ponto – “assinala normalmente o fim de uma sequência declarativa de sentido completo sob a forma de período sintático”;

5) Reticências – “assinalam interrupções e hesitações em geral”;

6) Travessão – tem os seguintes empregos: “indica a fala do personagem em discurso direto; indica o ato de fala do narrador; serve para delimitar um adendo, um comentário, uma ponderação que se intercala no discurso”;

7) Parênteses – é empregado: “na indicação de uma fonte bibliográfica; nas indicações cênicas; para esclarecer algo ou para informar o significado de alguma palavra ou expressão; empregam-se, ainda, como alternativa ao travessão, quando o enunciador insere no discurso um comentário, uma ressalva, uma ponderação”;

8) Aspas – “tem a função de delimitar: trechos que estejam sendo citados textualmente; a fala de algum personagem; expressões que o enunciador, embora incorporando-as ao seu discurso, queira caracterizar como de autoria alheia; expressão que o enunciador decida destacar por alguma outra razão discursiva”;

9) Ponto de Interrogação – “indica uma pausa com entonação ascendente para expressar uma interrogação direta”;

10) Ponto de Exclamação – “marca a entonação variável para um variado espectro de sentimentos – tristeza, surpresa, espanto, alegria, entusiasmo, súplica, decepção, dor, etc. – que só podem ser reconstituídos graças ao contexto”.

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Tentar não significa conseguir.

Mas quem, conseguiu, com certeza tentou. E muito!

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