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Coesão e Coerências Textuais

 

“Disciplina da mente é a solução para encontrar meios de promover seu autogerenciamento evitando assim, não carregar seus problemas para onde for.”

Cláudia Barbosa

 

Caro leitor,

Se você já leu algum livro de redação, certamente você já ouviu falar em coesão textual ou mesmo coerência textual. E, mais certo, ainda, você já as utilizou em algum momento de sua vida. Iniciaremos pela coesão textual. Ao escrever um texto, precisamos de palavras que se ligam umas às outras ou que ligam orações ou, ainda, parágrafos. A essa “conexão ou ligação” entre as várias partes do texto, chamamos de coesão textual.

Os principais elementos de coesão são os conectivos, que podem aparecer sob a forma de pronomes, preposições, advérbios, artigos ou conjunções. Entre os elementos que evidenciam a coesão de um texto, destacamos:

  1. a) Referências: a condição de coesão por referência se dá quando um termo faz menção a outro dentro do texto – e isso ocorre para que não precisemos repetir a mesma palavra. Observe o seguinte verso de Vinicius de Moraes:

“Filhos, filhos, melhor não tê-los.”

No verso acima, o pronome oblíquo “los” faz referência ao(s) termo(s) anterior(es), o substantivo “filhos”. Esse tipo de construção evita a repetição da palavra “filhos”. Imagine dizer: “Filhos, filhos, melhor não ter filhos” (não ficaria muito poético…)

O pronome também poderá fazer referência ao termo que virá depois. Observe:

Vocês, homens e mulheres, representaram a causa do desastre.

O termo “vocês” está fazendo referência aos substantivos “homens e mulheres”.

  1. b) substituições ou sinônimos: este tipo de coesão acontece quando um termo é substituído por outro dentro do texto. Assim:

Dona Laura esteve ontem em Florianópolis. Na capital, a médica lançou a campanha contra a Covid-19 nas comunidades carentes.

Repare nos termos destacados. A fim de não repetir palavras e de melhorar a redação, usamos palavras correspondentes aos termos “Dona Laura” (médica) e Florianópolis (capital). Se você for criativo, você, ainda, poderá fazer outras substituições: Lá (para Florianópolis) e ela (para a médica).

  1. c) elipse: este tipo de coesão ocorre quando suprimimos uma palavra e fazemos a relação pela ausência dela. Assim:

Dona Laura esteve ontem em Florianópolis. Lá, lançou a campanha contra a Covid-19 nas comunidades carentes.

Nesse período, na segunda oração, omitimos o substantivo próprio “Dona Laura”; o verbo “lançou” nos obriga a retomar à primeira oração para identificarmos o sujeito, ou seja, quem lançou. São os elementos coesivos de um texto que permitem as articulações e ligações entre suas diferentes partes, bem como a sequenciação das ideias.

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Tentar não significa conseguir. Mas quem, conseguiu, com certeza tentou. E muito!

Até o próximo bate-papo!

Regência Verbal

“O resultado é sempre resposta da nossa vontade e da seriedade que lidamos com as situações!”

Marianna Moreno

Caro leitor, tudo bom com você? Hoje nós vamos estudar um assunto muito legal chamado Regência Verbal. A primeira coisa que você precisa fazer é ler, com atenção, a frase abaixo:

Cláudia gosta estudar.

Você percebeu algo estranho na frase? Talvez você diga que falte alguma coisa, certo? Essa “coisa” que falta é a tal da preposição. O certo é dizer:

Cláudia gosta de estudar.

Nós precisamos usar a preposição “de” quando usamos o verbo “gostar” e é basicamente isso que a gente estuda em Regência Verbal: nós analisamos se os verbos precisam ou não de preposição (e precisamos saber qual é a preposição correta). Em outras palavras, nós estudamos a regência dos verbos (quando os verbos regem preposição, ou seja: exigem alguma preposição). Exemplos:

Cláudia viajou para Brasília.

Usamos a preposição “para” com o verbo “viajar”.

Cláudia mora no Rio de Janeiro.

Usamos a preposição “em” com o verbo “morar”.

Cláudia odeia falsidade.

Não usamos nenhuma preposição com verbo “odiar”.

ATENÇÃO!

Às vezes, as preposições podem se juntar com outras palavras, como os artigos e os pronomes. Por exemplo:

Cláudia gostou da aula.

“gostou de” + “a aula” = gosta da aula.

 

O verbo “gostar” exige a preposição “de”, que se junta com o artigo “a” (de “a aula”).

Cláudia gostou desta caneta.

“gostou de” + “esta caneta” = gostou desta caneta

O verbo “gostar” exige a preposição “de”, que se juntou com o

pronome demonstrativo “esta”, formando o “desta”.

Cláudia está naquela cabana.

“está em” + “aquela cabana” = “está naquela cabana”

O verbo “estar” exige a preposição “em”, que se juntou com

o pronome demonstrativo “aquela”, formando “naquela”.

Até o próximo bate-papo!

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Polissemia ou Homonímia?

Querem que vos ensine o modo de chegar à ciência verdadeira?

Aquilo que se sabe, saber que se sabe; aquilo que não se sabe,

saber que não se sabe; na verdade é este o saber.

Confúcio”

 

Caro leitor,

como saber se um conjunto de homógrafas homófonas caracteriza-se como homônimas perfeitas ou constituem termos polissêmicos?

O que é polissemia?

Polissemia representa a multiplicidade de significados de uma palavra. Do grego polis, significa “muitos”, enquanto sema refere-se ao “significado”. Portanto, um termo polissêmico é aquele que pode apresentar significados distintos de acordo com o contexto. Apesar disso, eles têm a mesma etimologia e se relacionam em termos de ideia.

A polissemia é o fato de haver uma só forma (significante) com mais de um significado unitário pertencente a campo semântico diferente.

A polissemia confere às línguas humanas a flexibilidade de que elas precisam para exprimirem todos os inúmeros aspectos da realidade.

O que é homonímia?

Homonímia são palavras que possuem a mesma grafia ou a mesma pronúncia, mas com significados diferentes entre si. A homonímia está inserida nos estudos semânticos da língua portuguesa. Etimologicamente, este termo surgiu do grego homós , que quer dizer “igual”, e ónymon , que significa “nome”.

Tipos de homonímias

Homônimas homógrafas: trata-se das palavras que possuem a mesma grafia, mas demonstram pronúncia e significados diferentes. Por exemplo:

“gosto” (verbo gostar) e

“gosto” (substantivo) /

“este” (pronome demonstrativo) e

“este” (ponto cardeal). ​

Homônimas homófonas: detém igual pronúncia, mas são distintas na grafia e no seu significado. Por exemplo:

“seção” (departamento) e

“sessão” (período de tempo) /

“sela” (verbo) e

“cela” (substantivo).

Homônimos perfeitos: neste caso, são as palavras são escritas e pronunciadas igualmente, no entanto, possuem significados distintos. Por exemplo:

“verão” (substantivo) e

“verão” (verbo) /

“cedo” (advérbio) e

“cedo” (verbo).

Devido à semelhança, é bastante comum a confusão entre a homonímia e a polissemia. Uma palavra polissêmica é aquela que carrega múltiplos significados distintos. Um exemplo disso é o termo “letra”, pois ele pode tanto significar o elemento mais básico do alfabeto quanto a caligrafia de alguém ou mesmo o texto de uma canção.

No entanto, as expressões homônimas são duas ou mais palavras que têm origem e significados díspares, mas a pronúncia e a grafia são iguais. Um exemplo disso é quanto a palavra “grama”, que pode ser uma unidade de massa ou mesmo ser um sinônimo para “relva”.

Ou seja, homonímia e polissemia têm como diferença o fato de que a palavra não contém a mesma origem etimológica para os dois significados, ainda que possua grafia e pronúncia idênticas. Com base nisso, seguem algumas reflexões sobre o tema.

  1. a) Critério do traço semântico ou de sentido:

A distinção entre polissemia e homonímia é, às vezes, precária e tem sido proposta com base em critérios díspares e insatisfatórios. Para alguns teóricos, significados diferentes são expressos por um mesmo nome, na homonímia; matizes diversos de um mesmo sentido básico de um nome caracterizam a polissemia, (ou seja, polissemia é) a existência de um traço comum de significado entre sentidos diversos de uma mesma palavra.

Isto é, na polissemia existe um traço semântico; na homonímia inexiste. Na homonímia há sentidos diversos perdendo-se o traço comum de sentido que os uniria; na polissemia conserva-se um traço comum de significado embora indiquem coisas diferentes.

  1. b) Critério do Radical ou Raiz:

Por esse critério seriam termos polissêmicos quando se originam de um mesmo radical ou palavra primitiva empregada em sentido conotativo (conservando um mesmo traço semântico); e seriam homônimas perfeitas quando proveem de radicais ou raízes diversas gerando significações diferentes e sem traço comum de sentido.

  1. c) Critério da Ambiguidade:

Homônimos perfeitos causam ambiguidade; termos polissêmicos não.

  1. d) Critério das classes gramaticais diferentes:

Termos polissêmicos têm mesma classe gramatical; homônimos perfeitos possuem classes gramaticais diversas.

  1. e) Critério dos morfemas flexionais ou flexivos (vogal temática e desinências):

Entendo que nas palavras morro (elevação da terra) e morro (verbo) ocorre homonímia uma vez que o “o” no primeiro é vogal temática e, no segundo, é um morfema verbal. Nas palavras cabra (animal) e cabra (macho) ocorre uma polissemia uma vez que ambas terminaram com vogal temática.

Caro leitor, até o próximo bate-papo!

 

 

 

Concordância verbal no Concurso: O Desafio

A concordância verbal refere-se ao verbo em relação ao sujeito, ou seja, o verbo da frase deve concordar em número (singular ou plural) e em pessoa com o sujeito. Desta forma, quando você for analisar uma frase, identifique o sujeito e depois veja se o verbo está concordando com esse termo.

Dica 1: tenha disciplina!

Essa é uma das principais dicas para você resolver e acerta questões de concordância verbal.  Mas, não se esqueça de que essa matéria está muito relacionada com Regência. É importante esse tema.

Regras básicas da concordância verbal

Prepare o seu lugar de estudos e se concentre, pois, essa é uma das partes mais importantes dos estudos e você vai precisar ter foco para aprender concordância verbal. Portando, nada de celular e deixe para acessar as redes sociais depois.

Procedimento 1: identificou o sujeito da frase

Se ele for simples, singular ou plural, o verbo vai concordar com ele.

Os brasileiros votarão com responsabilidade.

Eu vou votar com responsabilidade.

Agora, MUITA atenção porque vamos falar sobre a concordância verbal do sujeito composto.

A concordância verbal deve ser feita no plural quando o sujeito for composto e ANTEPOSTO ao verbo:

Cláudia e Valéria viajaram muito!

Mas, se o sujeito for POSPOSTO pode concordar no plural ou com o núcleo do sujeito mais próximo:

Faltou determinação e fé.

Faltaram determinação e fé.

Não se esqueça de que se ocorrer ideia de reciprocidade a concordância é feita de forma OBRIGATÓRIA no plural:

Abraçaram-se a professora e o aluno.

Verbo com o pronome apassivador “Se”: há concordância com o sujeito

Avaliou-se a estratégia de estudos.

Núcleos do sujeito ligados por “ou”: verbo permanece no singular se houver ideia de exclusão: verde ou lilás será a cor da casa.

Se o sujeito for composto por expressões partitivas como a maioria de, grande número de, a maior parte de seguidas por meio de um substantivo ou pronome no plural o verbo poderá ficar no singular ou plural:

A maioria dos professores COMPARECEU no evento.

A maioria dos professores COMPARECERAM no evento.

O sujeito é pronome relativo “que” o verbo concorda com o antecedente do pronome.

Fui eu que comprei o livro.

Fomos nós que compramos o livro.

Concordância verbal do sujeito composto por nomes que aparecem no plural: se o sujeito não vier precedido de artigo, o verbo ficará no singular. Mas, se ele vier antecedido de artigo, o verbo vai concordar com ele.

Os Estados Unidos são referência econômica.

Estados Unidos é um dos principais destinos de viagem dos latinos.

Estude regência dos principais verbos para os concursos.

Nessa parte sobre concordância verbal, separei a regência de vários verbos que são cobrados nas provas de concurso público e podem causar muita confusão. Não se esqueça de fazer uma lista com os principais verbos que você encontrar fazendo exercício.

Aspirar:

VTD: respirar, sorver

Aspiramos o ar poluído das metrópoles.

VTI: desejar, pretender

Cláudia aspirava a sua aprovação.

Assistir

VTI: estar presente, presenciar

Ontem assistir ao meu filme preferido.

VTD ou VTI: prestar assistência

O médico assiste o paciente.

VI: morar, residir

Cláudia assiste no Rio de Janeiro.

Chegar

VI – indica lugar e exige a preposição a

Cheguei ao shopping de carro.

Pisar

VTD

Eu não piso o chão que você pisa.

Chamar, convocar, convidar

VTD e ocasionalmente podem aparecer seguidos de adjunto adverbial de lugar

Chamou o pai para um evento.

 

MASTE COACH E PROFESSORA CLÁUDIA BARBOSA DE PAIVA

CLÁUDIA BARBOSA é professora de Língua Portuguesa e Master Coach certificada pela FEBRACIS e pelo IBC. Especialista em Coaching de Carreira – Aprendizagem Acelerada – Aprovação em Concursos. Analista Comportamental e perita em Avaliação 360º. Formação em Letras. Mestre e Doutora em Filosofia da Linguagem.

E-mail: edu.cbpletras@gmail.com

Facebook: https://www.facebook.com/claudiaidioma

Cel.: (21) 99697-1967

Tel.: (21) 3179-1307